A derrubada do Bosque dos Salesianos, uma área verde com mais de 7 mil metros quadrados no Alto da Lapa, zona oeste de São Paulo, provocou indignação entre moradores, ativistas ambientais e juristas. A área, que pertenceu ao Centro Universitário Salesiano (Unisal) e foi parcialmente vendida à incorporadora Tegra, está no centro de uma polêmica sobre desmatamento urbano e especulação imobiliária.
Em resposta à ameaça de corte de 164 árvores centenárias para a possível construção de torres residenciais, moradores fundaram o movimento “Salve o Bosque”, com o objetivo de preservar o espaço por meio de ações legais e mobilização social. No último domingo (25), uma manifestação foi realizada na Praça Virgem da Lapa, próximo à Rua Pio XI, reunindo moradores, ambientalistas e simpatizantes da causa.
O Ministério Público do Estado ingressou com ação para impedir intervenções no bosque, e a Justiça concedeu liminar que proíbe o início de obras e o corte de árvores até julgamento final. A decisão representa um alívio momentâneo para os moradores, que relataram, nos últimos meses, o aumento da movimentação de veículos no terreno e a retirada de troncos, o que indicaria o início de intervenções não autorizadas.
Em nota, a Tegra Incorporadora afirmou que possui as autorizações legais e ambientais para atuação na área e negou qualquer irregularidade. Segundo a empresa, ainda não existe um projeto imobiliário formalmente definido para o terreno.
Nas redes sociais, os moradores criticam a especulação imobiliária e denunciam que “interesses estrangeiros buscam lucro à custa da destruição do patrimônio cultural e ambiental brasileiro”. O movimento afirma que continuará mobilizado até que o bosque seja legalmente protegido como área de preservação permanente. A petição online pode ser ada no link a seguir: https://www.change.org/p/salve-o-bosque
